A COISA JÁ VEM DE LONGE
Em 1º de janeiro de 1549, parte de Lisboa, Portugal, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza. Traz mais de mil pessoas, entre soldados, degradados e funcionários públicos. Inclusive, Pero Borges, que seria o ouvidor-geral, uma espécie de ministro da Justiça. Já tinha má fama em Portugal.
Supervisor da construção de um aqueduto em Elvas, Portugal, costumava receber visitas que lhe levavam dinheiro. O povo desconfia quando o dinheiro público acaba e a obra ainda não havia terminado. Um inquérito apura: Borges embolsou boa parte da verba. Em 1947, é condenado a pagar pelo desvio e suspenso dos cargos públicos por três anos.
Nem dois anos depois, chega aqui com Tomé de Souza, recebendo sálario adiantado do rei. Durante o segundo governo-geral, é nomeado provedor-mor da Fazenda, o equivalente a ministro da Economia. Até ele se espanta com os costumes da burocracia brasileira (ou seria portuguesa): "uma pública ladroíce e grande malícia".
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